O negro e a mídia, uma mistura quase perfeita

O Brasil é um país que nega sua própria realidade. A ausência do negro na TV, nas grandes campanhas publicitárias,no cinema, nas capas de revistas e editoriais de moda é completamente escasso,sua imagem está somente associada a situações onde aparece como subalterno na TV ou trabalhos cujo a relevância é bem inferior aos desenvolvidos por um outro grupo étnico.Tudo isso são conseqüências de um preconceito racial gerado pela exclusão social das populações negras do país, as mais segregadas e que apresentam os índices sociais mais desfavoráveis. Embora o Brasil seja um país de grande miscigenação com uma enorme predominância negra, ainda temos que tolerar uma desagregadora auto-imagem depreciativa, gerada por uma identidade racial negativa e reforçada pela indústria cultural brasileira, a qual insiste simbólico padrão ideal de beleza que consiste em: Cabelos lisos, louros, branco de olhos azuis, um biótipo europeu que nada lembra os nossos ancestrais,que com muita labuta ajudaram a formar o povo brasileiro.
Na teledramartugia atores e atrizes negras só representam papéis de protagonistas nas tramas de época, onde têem como escravos. No geral representam apenas papéis subalternos nas novelas, minisséries e humorísticos. A Rede Globo é a emissora brasileira que concentra o maior número de artistas e Jornalistas negros no seu quadro de funcionários e tem como destaque: Glória Maria, Heraldo Pereira, Zileide Silva, Dulcinéia Novaes, Milton Gonçalves, Taís Araújo, Lázaro Ramos, Camila Pitanga, Ailton Graça, Léa Garcia, entre outros. Mesmo assim, o número ainda é completamente insuficiente para a grande demanda de profissionais que querem ocupar um lugar ao sol. Essa pequena parcela de negros na televisão vai além dos telejornais e telenovelas. A Publicidade também tem se revelado ao longo dos anos uma exímia vilã em relação aos negros na mídia.È muito difícil vermos uma modelo negra estrelando grandes campanhas publicitárias ou simplesmente ver os negros em destaque em um comercial por mais simples que ele seja.As revistas não dedicam as capas de suas publicações para estampar o rosto de uma personalidade afro-descendente é muito comum vermos sempre louras de olhos azuis em suas capas. Para que podessemos ver a beleza negra em evidência em capas e editoriais de moda, foi preciso que surgisse na imprensa brasileira uma publicação inteiramente voltada ao raça negra.A revista Raça Brasil no seu primeiro exemplar sofreu um bombardeio de críticas desfavoráveis,que segundo alguns críticos a revista era uma forma de preconceito contra o próprio negro. O Brasil que é reconhecido mundo a fora pela sua diversidade étnica, ainda tem que conviver em pleno século XXI com esse tipo de sentimento tacanho que só miniminiza a cultura do País. A participação do negro na mídia vem aumentando de uns anos pra cá em qualidade e quantidade, mas ainda é insignificante, se considerarmos o tamanho da população negra brasileira. É fundamental ampliar a representação negra nos meios de comunicação. Na teledramaturgia, é importante que atores e atrizes negras representem papéis mais importantes e que assim possa contribuir de uma maneira positiva para a formação da auto-estima de crianças e jovens,que muitas vezes sentem-se representados por um negro que eles vêem na TV. Pois,os negros ainda são mostrados nas novelas de forma estereotipada e em papéis secundários e esse tipo de postura da mídia resulta no aumento do preconceito,mostrando o negro sempre em posição inferior diante da sociedade. A mídia de massa tem um importante papel nesse processo evolutivo,enquanto não houver uma mudança de pensamento em relação ao negro,viveremos sempre á margem do preconceito e da exclusão social. E com certeza o Brasil estará fadado a ver os seus renomados e talentosos artistas negros sempre a mercê de papeis medíocres e caricatos como: A empregada doméstica de uma grã-fina da novela das oito e um bandido mal-encarado que sempre quer se dar bem em cima do mocinho. Esse quadro tem que mudar. Acorda Brasil!!!!