A Associação de Balé e Artes Fernanda Bianchini para Cegos está completando 15 anos de pioneirismo. O projeto criado e desenvolvido pela bailarina e fisioterapeuta Fernanda Bianchini Saad serve de exemplo em todo mundo.
A iniciativa de ensinar balé para meninas no Instituto de Cegos Padre Chico, no Ipiranga, aconteceu em 2003. Foi ali que Fernanda Bianchini Saad recebeu o convite para ser voluntária de um grupo de bailarinas com deficiência visual. Seus pais a incentivaram: "Eles disseram: filha nunca diga não a um desafio, pois é deste que partem os maiores ensinamentos que temos na vida", recorda. Com uma boa formação acadêmica e uma intrepidez singular, Fernanda então criou o Método de Balé para Cegos Fernanda Bianchini, patenteado em 2005, tornando-se único no mundo nessa categoria.
Com o encerramento das atividades artísticas no Instituto de Cegos Padre Chico, o grupo se desvinculou da entidade e instalou-se na rua Humberto I, 298. O trabalho conta com a superação, profissionalismo, obstinação e excelência de Fernanda, além da ajuda de seus pais, de voluntários, amigos e colaboradores e de empresas privadas que apostam no talento e no inédito método difundido em todo mundo
A Associação atende mais de 50 alunas entre crianças e adultos e oferece aulas gratuitas de balé clássico, sapateado, dança de salão, dança do ventre, curso de violão, tai chi chuan, artes plásticas, sincronismo e expressão e teatro. O trabalho ganhou notoriedade e foi destaque no Domingão do Faustão e no Jornal Nacional e de outras inúmeras matérias veiculadas em jornais, revistas, programas de TV e demais meios de comunicação em nível nacional.
Todo esse sucesso, Fernanda atribui as suas pupilas. "Aprendi com as meninas a enxergar o mundo com os olhos do coração e hoje com certeza vejo um mundo muito mais bonito e com um significado muito maior. Acredito que Deus nos dá missões de acordo com nossos talentos. Acho que esta é minha grande alegria de vida. Não vejo minha vida sem estas queridas alunas. Amo meu trabalho e faço verdadeiramente por amor. Se ele deixasse de ser voluntário, não teria a mesma importância para mim", confessa.
Para a professora, uma bailarina deve sempre estar olhando para as estrelas, ainda que não as enxergue. "Essas palavras soam para as alunas como um legítimo mantra que auxilia na quebra de diversos paradigmas do cotidiano". Ela acredita que suas bailarinas até poderão ser futuras Ana Botafogo e Maria Pia Finocchio, mas com uma condição especial: elas dançarão com o corpo e o coração, ao enxergar com os olhos da alma.
Para mais informações: tel: 5084.8542 e 9945.2133 e e-mail:fernandabianchinisaad@gmail.com