Homenagem ao Dia dos Namorados


 O Dia dos Namorados é uma data extremamente especial para aqueles que realmente que adoram celebrar o amor e todas as suas vertentes. Embora seja também uma data comemorativa na qual o comércio se aproveita para lucrar com a venda de cartões e as famosas caixas de bombons. Na verdade, pra quem ama e respeita piamente o seu parceiro, todo dia é Dia dos Namorados. Pois a cumplicidade, o espeito, a devoção, o carinho, o afeto, não tem dia e hora marcada para se fazer presente, basta por em prática e curtir como realmente se deve. Por esse e outros motivos que faço uma justa homenagem à todos os casais apaixonados ou não, neste dia que é um simbolismo à união amorosa. Parabéns!



A letra da música do genial Renato Russo que é sem dúvida alguma a síntese de muitos casais do amor, da paixão da união e dos atritos que sempre estão em voga em um relacionamento.

Eduardo e Mônica
Legião Urbana
Composição : Renato Russo

Quem um dia irá dizer

Que existe razão

Nas coisas feitas pelo coração?

E quem irá dizer

Que não existe razão?

Eduardo abriu os olhos, mas não quis se levantar

Ficou deitado e viu que horas eram

Enquanto Mônica tomava um conhaque

No outro canto da cidade, como eles disseram

Eduardo e Mônica um dia se encontraram sem querer

E conversaram muito mesmo pra tentar se conhecer

Um carinha do cursinho do Eduardo que disse

"Tem uma festa legal, e a gente quer se divertir"

Festa estranha, com gente esquisita

"Eu não tô legal", não agüento mais birita"

E a Mônica riu, e quis saber um pouco mais

Sobre o boyzinho que tentava impressionar

E o Eduardo, meio tonto, só pensava em ir pra casa

"É quase duas, eu vou me ferrar"

Eduardo e Mônica trocaram telefone

Depois telefonaram e decidiram se encontrar

O Eduardo sugeriu uma lanchonete

Mas a Mônica queria ver o filme do Godard

Se encontraram então no parque da cidade

A Mônica de moto e o Eduardo de "camelo"

O Eduardo achou estranho, e melhor não comentar

Mas a menina tinha tinta no cabelo

Eduardo e Mônica eram nada parecidos

Ela era de Leão e ele tinha dezesseis

Ela fazia Medicina e falava alemão

E ele ainda nas aulinhas de inglês

Ela gostava do Bandeira e do Bauhaus

Van Gogh e dos Mutantes, de Caetano e de Rimbaud

E o Eduardo gostava de novela

E jogava futebol-de-botão com seu avô

Ela falava coisas sobre o Planalto Central

Também magia e meditação

E o Eduardo ainda tava no esquema

Escola, cinema, clube, televisão

E mesmo com tudo diferente, veio mesmo, de repente

Uma vontade de se ver

E os dois se encontravam todo dia

E a vontade crescia, como tinha de ser

Eduardo e Mônica fizeram natação, fotografia

Teatro, artesanato, e foram viajar

A Mônica explicava pro Eduardo

Coisas sobre o céu, a terra, a água e o ar

Ele aprendeu a beber, deixou o cabelo crescer

E decidiu trabalhar (não!)

E ela se formou no mesmo mês

Que ele passou no vestibular

E os dois comemoraram juntos

E também brigaram juntos, muitas vezes depois

E todo mundo diz que ele completa ela

E vice-versa, que nem feijão com arroz

Construíram uma casa há uns dois anos atrás

Mais ou menos quando os gêmeos vieram

Batalharam grana, seguraram legal

A barra mais pesada que tiveram

Eduardo e Mônica voltaram pra Brasília

E a nossa amizade dá saudade no verão

Só que nessas férias, não vão viajar

Porque o filhinho do Eduardo tá de recuperação

E quem um dia irá dizer

Que existe razão

Nas coisas feitas pelo coração?

E quem irá dizer

Que não existe razão?